terça-feira, 26 de março de 2013

Recordando e reafirmando o nosso amor pelo Méier

Carta de Amor ao Méier – 13 de maio de 2001

Querido Méier!
            Méier, é muito bom estar com você. Tudo começou com uma cancela, que abriu novos caminhos e o trem, que traz tantas alegrias de quem vem e saudades de quem vai, foi chegando, anunciando boas novas.
            Quantas lembranças desses anos todos em que compartilhamos de emoções e visualizamos o progresso se encaminhando. Lembro das brincadeiras no Jardim do Méier, do jogo de nente, roda, amarelinha, garrafão, carniça, bola de gude, bolinhas de sabão, do yoyô, do bibiloquê, do pião, dos aviõeszinhos de papel, a vida era doce como mel, as gloriosas retretas do Corpo de Bombeiros ou da Polícia Militar no coreto, palco de amores e emoções, do laguinho, do teatrinho, dos macaquinhos de pelúcia, dos cata-ventos ou do algodão doce, que embalavam a doce ilusão infantil.
            Saudades das idas às Lojas Americanas, às Perfumarias Meyer, ao Bar Imparcial, ao Dispensário do Meyer (hoje Hospital Municipal Salgado Filho), onde eu depositava lágrimas após a vacinação protetora.
            Recordo das procissões onde eu ia com a família na Igreja Coração de Maria, antiga Igreja Cardoso. E da Escola Hercílio Luz onde iniciei a luz da instrução, quantas saudades no coração da diretora, d. Ariadne,  e da professora, d. Juracy. Do Armazém do sr. Domingos, do Armarinho de d. Manira, da Quitanda de d. Castorina, do Açougue do sr. Moraes, da Padaria Maranhão, da Casa Luzes, do Ginásio Levergé, tempos que não voltam mais.
            E o bonde Boca do Mato? Veja como o tempo é passageiro e o belo tipo faceiro envelheceu como o senhor que estava ao seu lado... Até hoje, quando se fala no bonde, logo nos lembramos dos motorneiros, srs. Costa, Melo e Moisés, do condutor,  sr. Lacerda, e dos fiscais.
            Nessas viagens havia amizade, bondade, solidariedade, nem se pensava em terceira idade, todos eram iguais e respeitados em qualquer idade. As casas tinham quintais e os vizinhos eram “legais”. Eu ia ao Café Londres e balas eu ganhava, pois meu pai lá trabalhava.
            Num belo dia a Escola Padre Antonio Vieira cedeu espaço ao Imperator, ruas foram pavimentadas, bem iluminadas, o progresso foi chegando tudo foi se modernizando. A Vila Julieta cedeu lugar ao Ginásio Metropolitano, este transformou-se em Colégio Metropolitano, mudando-se para outra rua, não perdeu seu valor, pelo contrário, o ampliou e no espaço dantes ocupado pelo mesmo surgiu o esplendoroso “Shopping Center do Méier”, o primeiro do Brasil e da América Latina.
            Surgiram Sloper, Mesbla, Pernambucanas, Rei da Voz, Casa Masson, Debret, Casa Tavares, Supermercados Valentim, Peg-Pag, Lojas Tamakavi, Ultralar e muitas outras, grandes ou pequenas, mas de imenso significado para os moradores. Deixaram saudades.
            Entretanto, você Méier, que é a Capital dos Subúrbios, bairro de carisma, recebeu muitos outros estabelecimentos, escolas, bibliotecas, papelarias, bancas de jornais, bancos, consultórios, laboratórios, salões de baleza, agências de viagens, academias, e as padarias e restaurantes, aguçando o nosso paladar no dia-a-dia.  Nos cinemas Mascote, Para Todos e Méier eu assistia o Gordo e o Magro, Carlitos, Tarzan, Capitão América e outros heróis.
            Lembro das idas ao PAM (anteriormente IAPC), onde extraí as amigdalas e onde ia ao dentista, Dr. Frasca, e prometia orações para ele faltar. Da Escola Bento Ribeiro conservo até hoje amizades por inteiro.
            Méier, você não tem o Cristo Redentor, mas de longe Ele lembra de você e manda bençãos através das montanhas, chegando até aqui pela sinuosidade da sua moldura que é o Morro dos Pretos Forros.
            Tenho muito que agradecer a Deus por ser turista permanente do Rio de Janeiro e especialmente por morar neste bairro de alegria que até samba inspirou a Wilson Batista e João Nogueira gravou: “Você sabe eu sou do Méier...”
            Eu diria mais: Méier é uma paixão, Méier é uma canção, não basta morar no Méier. O Méier tem que morar no nosso coração.
            Augusto Duque Estrada Meyer, seu patrono, de onde estiver, deve estar enviando-lhe aplausos. Méier com I Meyer com Y não importa, você é importante para seus moradores.
            Querido Méier, a única coisa que eu e Wilson, meu esposo, temos para lhe dar é o livro sobre você e todos que compartilham de sua vida: falta só editar. É como se fosse aquele album de família, onde registramos os momentos preciosos de tempos que não voltam mais, mas que deixam raízes profundas que não se apagam jamais.
            Parabéns Méier, pelos seus cento e doze anos. O aniversário é seu e nós é que estamos de parabéns por fazermos do seu solo o nosso lar.
            Obrigado pela acolhida. Deus o abençoe, Méier.
            Com carinho.                    Josepha Barbosa Soares

A Flor da Amizade

A Flor da Amizade
As pessoas são como as pétalas das flores, umas representam a família, outras os antigos amigos, outras são os novos amigos, surgindo assim, com todas as pétalas agregadas, a flor da amizade.
A  todos,  que fazem parte desta flor, convivem conosco,  ou os que estão longe, porém perto do coração, nosso carinho e consideração, desejando muita saúde, paz e bem.
Que os Anjos digam amém.

Josepha e Wilson
03 de janeiro de 2013